Você já se deu conta de que, quando lemos um texto várias vezes, extraímos conhecimentos diferentes como se algo novo surgisse em meio às palavras… E foi assim que, um dia desses me peguei refletindo sobre esta passagem bíblica:

Os escribas e fariseus trouxeram até Jesus uma mulher apanhada em adultério; E disseram-lhe: na lei Moisés mandou que a apedrejássemos. Tu, o que dizes? Jesus disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado que atire a primeira pedra contra ela… Quando ouviram isto, atingidos pela própria consciência, saíram um a um… Então Jesus disse à mulher: vá e não peques mais… (João 8:1-11 – resumido)

Perceba que, em nenhum momento Jesus questiona seus interlocutores se o ato da mulher é certo ou errado? Se ela pecou ou não? Sabe por que? Porque o erro ou o pecado não são o foco da questão, mas sim, qual nossa reação frente a ele…

Observe também que, com exceção de Jesus, nenhum dos personagens tem nome… Sabe por que? Porque esses personagens somos nós no dia a dia… Algumas poucas vezes no chão reconhecendo nosso pecado e implorando misericórdia… mas na maioria do tempo, em pé, prontos para apedrejar nosso semelhante, porque nos achamos melhores que eles…

O ponto central da narrativa é Jesus… Ele deve ser nosso exemplo… Ele não nega a existência do pecado da mulher, mas nos chama a analisarmos nossos próprios erros… Nos convida a nos colocarmos no lugar daquela que está para ser apedrejada… E mesmo reconhecendo o pecado, misericordioso para com nossa natureza humana, perdoa…  Perdoa a adúltera… Perdoa aqueles que a estão julgando…

Quantas vezes nos pegamos reclamando das pedras que nos atiram, sem nos darmos conta de quantas atiramos… Pensemos nisso na próxima vez que nos vermos tentados a pegar uma pedra do chão para arremessar contra nossos irmãos caídos…

Lembre-se que no texto, entre tantos pecadores, Jesus não condenou nenhum…  Antes, nos convidou à reflexão sobre nossa pequenez humana e ao final disse: “vá e não peques mais!”… Deixou assim, duas mensagens: não julgues… se julgar, perdoe… Que a misericórdia Divina contidas nessas linhas nos inspire a julgar menos e a perdoar mais, pois o pecado está, tanto no caído, quanto na mão que apedreja… (B.J.Falcão)