Ser pai é algo maravilhoso… é transcender nossa própria existência… é ver em nossos filhos a renovação de quem fomos… é presenciar o crescimento, desde os primeiros passos, até se tornarem adultos… Mas se há algo de maravilhoso e mágico nisso, também há algo de dolorido…

É fato que, em algum momento da vida, nossos filhos se afastam naturalmente de nós… Cada um seguirá seu caminho… terão seus próprios sonhos… suas próprias desilusões…

Sentimos ,então, um certo desamparo ao perceber que nosso colo e nosso ombro já não se fazem tão necessários… Nem nossa orientação ou mesmo nossa presença… O trabalho, o relacionamento, os afazeres e compromissos deles, ocupam todo o tempo de que dispõe… Nossa conversa corriqueira não faz frente às novidades dos amigos, nem tem mais a relevância de seus assuntos pessoais e profissionais… A diferença de idade e a maneira  de perceber a vida fez com que nossos conselhos se tornassem obsoletos…

A distância entre nós vai aumentando e representa muito além do tempo ou dos quilômetros que muitas vezes nos separam…

As visitas se tornam esporádicas… depois raras… até praticamente desaparecerem da agenda de nossos filhos… Agora, eles pertencem ao mundo… Ao mundo que criaram para si e do qual nós só  fazemos parte como uma pálida lembrança, de uma fase que já passou… Mesmo em momentos difíceis, não somos os primeiros a sermos lembrados… Eles já tem suas próprias opiniões e outras pessoas que os aconselham… Tudo passou tão rápido… num instante nos damos conta de que tornamo-nos “órfãos” – órfãos de filhos…

Talvez essa realidade, mostrada dessa forma, tenha lhe dado um aperto no peito… Talvez há muito tempo você tenha se afastado de seu pai… Talvez há muito tempo seus filhos tenham se afastado de você… E essa ausência dói… Dói em mim… dói em você… e deve doer mais ainda em Deus, nosso Pai…

O fato de termos nos distanciado… de termos trocado Sua companhia, pelas coisas do mundo… de que não ouvimos mais Seus conselhos e Suas sabias palavras… e de que nos falta tempo para uma simples visita e disposição para um verdadeiro encontro, deve ferir  o coração de nosso Criador… Esquecemos que, como Pai, Ele nos ama incondicionalmente e, apesar de nossa indiferença, está sempre de braços abertos, para nos receber…

Por isso, neste Dia dos Pais, lembre-se da brevidade da vida… Amanhã, quando você pensar em abraçar seu pai, pode ser que ele não esteja mais aqui… Quanto a Deus – Ele estará sempre aqui… mas pode ser que “você” não esteja e seja tarde demais para busca-lo… E se serve de conselho deste pai que, hoje, aqui escreve, acredite – o maior presente que o Pai Celestial e seu pai esperam, é ter você por perto outra vez…