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RACIOCINAR É PRECISO

18 de maio de 2020
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A conhecida frase “Navegar é preciso; viver não é preciso” nos leva a duas reflexões: a primeira é que a interpretação pode ser diferente, quando damos significados diferentes aos termos… a segunda é que mesmo afirmações verdadeiras, podem nos levar a conclusões  equivocadas… É o que conhecemos como sofisma.

Nestes tempos de pandemia, com inúmeras manifestações  conflitantes, temos que nos atentar para que nosso raciocínio não seja manipulado por dados que, apesar de verdadeiros pode estar sendo utilizados para confundir. Sem qualquer crítica ou intenção política-ideológica, precisamos esclarecer alguns fatos.

Recentemente um Ministro, tentando minimizar a gravidade da pandemia apresentou dados afirmando que o Brasil tem um índice de mortalidade muito menor que outros países e que existem outras causas de morte (acidentes, doenças cardíacas, câncer) que matam mais que o COVID-19. Por fim, disse que a divulgação dos dados levavam o pânico à população.

Como aprendemos com Malba Tahan, na breve história “A partilha dos 35 camelos” (fabulasecontos), a solução de um problema, pode valer-se de raciocínios diferentes, com resultados diferentes, apesar da exatidão da matemática. Da mesma forma, os dados apresentados pelo Ministro, apesar de corretos, induzem a um raciocínio equivocado ao omitir dados.

Ele não diz que a comparação feita, leva em consideração DOIS meses de pandemia no Brasil e CINCO meses nos países europeus comparados – período em que aqueles atravessaram o pico da pandemia. Então, logicamente, eles apresentam índices mais elevados que os nossos.

Também não se considerou o número de testagens. Como o Brasil é um dos países com menor número de exames, oficialmente temos um menor número de casos. Por esse raciocínio, bastaria não testarmos ninguém ou impedir que a imprensa divulgasse os fatos para que o “COVID-19” desaparecesse, ao menos, nos números oficiais.

Por fim, ao dizer que há outras causas de morte maiores que o COVID-19, o Ministro comparou DOIS meses do coronavirus com DOZE meses das outras causas, nos levando a uma conclusão equivocada, já que considera períodos diferentes de tempo. Também não levou em conta que acidentes, doenças cardíacas e câncer não são transmissíveis e portanto, suas mortes são calculadas pela soma simples de casos, ao passo que o contágio pelo COVID-19 se dá por multiplicação, em progressão geométrica, multiplicando-se, igualmente o número de mortes.

Portanto, raciocinar é preciso (necessário), mas deve se fundamentar em dados “precisos” (exatos)… afinal, por trás de uma meia verdade, pode se esconder uma mentira inteira… As palavras podem até alterar um contexto, mas não podem mudar a realidade. (B.J. Falcão)

 

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