Embora não seja um grande conhecedor da arte, sou um admirador da pintura – em especial dos impressionistas influenciados pelo pontilhismo, técnica consistente em pequenas pinceladas, formando pela justaposição, a cena retratada. E, na minha modesta concepção, entre tantos gênios como Matisse, Renoir e Van Gogh, aquele que atingiu o nível da perfeição foi, Monet.

O destaque no pontilhismo de Monet é que, olhando de perto o quadro, se mostra difícil identificar o que representa. Porém, nos afastando alguns passos, salta aos nossos olhos a beleza do todo retratado na tela…. É maravilhoso, imaginar que o pintor executou a obra ponto a ponto, detalhe a detalhe, escolhendo as cores e matizes exatos, para alcançar o efeito desejado.

E neste momento, é possível que você esteja se perguntando: Afinal, que reflexão pode me trazer arte, pintura, pontilhismo? E eu respondo: tudo! Afinal, em todas as coisas há algo a se aprender… e são das coisas mínimas que extraímos grandes ensinamentos…

A vida é como uma tela em branco que nos é dada pelo Pai…. Nós, temos o livre arbítrio para  decidir o que fazer com ela: alguns a deixarão intacta, reproduzindo o vazio interior… outros, omissos, abandonarão a obra incompleta… outros ainda, irão utiliza-la de forma insensata,  criando para si, uma imagem sem beleza e desprovida valor…

Nosso mundo competitivo e egoísta nos leva a olhar somente para nós mesmos e a “pensar grande”… Entretanto, na contramão da lógica humana, Deus nos convida a olhar de longe e a “pensar pequeno”… Olhar de longe, nos permite ver com nitidez, além de nós…  “Pensar pequeno” não significa nos conformarmos com a mediocridade… “Pensar pequeno” é pensar nos detalhes… é nos atentarmos às coisas e pessoas que nos cercam… pois só quem vê os detalhes, será capaz de enxergar o todo e compreender que é a somatória desses detalhes que dá sentido e significado à nossa existência…

E foi por isso que Deus nos enviou Jesus, como Mestre… Através da Palavra, Ele nos ensina e incentiva a buscar o aperfeiçoamento, a olhar os pequenos e a aproveitar cada oportunidade para preencher nosso tempo de vida com amor e generosidade…

Se seguirmos a orientação do Mestre, ao final de nossos dias, antes de voltarmos a casa do Pai, poderemos olhar para trás e admirar, na distância, a obra completa de nossas vidas… E então, veremos nosso autorretrato, composto por pequenos gestos do dia a dia…  gestos que deram paz a nossos irmãos e cor à nossa transitória existência… (B.J. Falcão)